Coerência, a gente (não) vê por aqui

O assunto que está na ordem do dia coloca, de um lado, o Clube dos 13 e, do outro, a CBF, a Globo, o Corinthians e os quatro do Rio. 

Quando duas máfias se juntam - Globo e CBF -, o resultado nunca poderia ser muito favorável. O Teixeira quer destruir o Clube dos 13. O seu primeiro passo foi emplacar a discórdia entre os clubes e o Clube (get it?) com a licitação dos direitos de transmissão, onde a Globo tem reinado absoluta nos últimos anos. Todos sabem da preferência da Globo por times como o Corinthians e os grandes do Rio, que juntos, reúnem uma grande fatia dos torcedores brasileiros. Prova dessa preferência é o jabá feito, por exemplo, ao Corinthians e ao Ronaldo. Mas isso é assunto para outro post. Aliás, porque é que a Globo, que sempre fazia matérias sobre coisas que o Ronaldo twitta, não deu muita relevância ao chute no balde que ele deu quando se mostrou revoltadinho por não receber aposentadoria?

A decisão CBFiana de dar o título de 87 ao Flamengo foi absurda. Sim, o Flamengo foi o campeão desse ano, acho que essa é a opinião da maioria. Mas essa decisão mostra que a CBF peca pela incoerência. Ora vejamos: em 87, ao ver o sucesso da Copa União, a CBF decidiu fazer o seu próprio torneio, exigindo que o vencedor do Módulo Verde (Flamengo) jogasse contra o vencedor do Amarelo (Sport), para se decidir o vencedor do campeonato. Flamengo não concordou, porque o módulo amarelo não estava no regulamento, não compareceu ao jogo, e o Sport foi considerado o campeão daquele ano pela CBF. Atenção: pela CBF. O órgão que agora diz que naquele ano houve dois campeões.

Qual foi a verdadeira razão de a CBF ter decidido agora que o Flamengo é o dono de direito da Taça das Bolinhas? Justiça de fato? Não. Se assim fosse, a taça nunca teria ido para o São Paulo, que, diga-se da passagem, errou muito ao aceitá-la, já que, em 87, considerou a vitória do Flamengo legítima.

O que o Ricardo Teixeira queria - e conseguiu - era alfinetar o Clube dos 13 e dar início à racha. E parece que conseguiu.

O que eu lamento é que os grandes times brasileiros sejam tão desunidos. Ah, como seria bom se voltássemos a 1987, onde poderíamos ver um campeonato organizado com os grandes do Brasil, com semi-final e final, e pôr fim a essa porcaria de pontos corridos que é tão chata!