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8 de setembro de 2011

M1TO vezes mil

Poderia ser um feriado da Independência qualquer, mas não. O dia 7 de setembro de 2011 ficará marcado eternamente como o Feriado de Rogério Ceni. Pelo menos para mim.

Eu tenho o orgulho de dizer que assisti ao milésimo jogo do Capitão. Não foi fácil. A organização precária resultou em uma fila quilométrica na entrada da arquibancada amarela, o que fez com que eu e milhares de torcedores só pudessem acompanhar a entrada e recepção ao Rogério do lado de fora, olhando para cima para ver as milhares de bexigas vermelhas, pretas e brancas esvoaçando e ouvindo os cânticos da torcida. Sim, infelizmente, não entrei no estádio a tempo de ver esse espetáculo. Mas não tem problema, a festa ainda não tinha terminado.
Mais de 60,5 mil torcedores foram ao Morumbi. A última vez que vi o estádio tão cheio foi no penúltimo jogo do Brasileirão de 2008, na partida contra o Fluminense (se ganhássemos, seríamos campeões). Mas ontem, não fomos ao estádio para ver o jogo. Claro, a vitória foi importante. Mas ontem, eu e os outros 60 mil são-paulinos fomos ao estádio para homenagear o cara que deveria ser ovacionado não só por nós, mas por todo o torcedor brasileiro. Porque clubismos à parte, Rogério Ceni é a prova viva de que o futebol não precisa ser algo necessariamente mercenário, técnico, pura e simplesmente profissional. Rogério Ceni ensina há mil jogos que o amor à camisa pode, sim, existir, que um jogador pode, realmente, amar o time em que joga.
Arrepiei-me ontem no fim do jogo, quando o nosso Capitão correu para o escudo e se ajoelhou diante dele, ao som de 60 mil pessoas gritando o seu nome. Foi mítico, e quase que ouso dizer que aquele momento foi superior a qualquer vitória, conquista de campeonato ou abertura de Copa do Mundo.
Ontem, apercebi-me porque, ao me mudar para o Brasil, decidi ser são-paulina. Sim, ser trimundial ajuda. Mas ter o melhor jogador do mundo no meu time é orgásmico. Vê-lo em campo me dá orgulho de ser são-paulina, de ter sido uma daquelas 60,5 mil pessoas a quem ele disse: ”Amo vocês”.
Um dia vou poder contar isso aos meus filhos. Obrigada, Rogério. O São Paulo – e o Brasil – também te ama.

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